Monday, January 04, 2010

Aí já é abusar


Hoje aconteceu aconteceu algo chato. Estou em casa, curtindo ainda o final das minhas pseudo-férias e toca a campainha, 11:30h da manhã. Tinha acordado há pouco mais de 15 minutos com aquela cara de travesseiro, bafo de onça, cabelo duro de suor.

Era um casal de clientes.

Para começar, destesto atender cliente em casa. Se não me achou no escritório, é sinal de que eu não queria estar lá. Certo? Não venha querer me trazer problema quando o meu pique está relaxado, com meus pés no chão e sem meu disfarce de advogada.

Superada a raiva pelo incômodo. Passamos ao abuso.

São pessoas de quem gosto muito. Além de clientes são meus amigos. No passado, quando tiveram problemas sérios, os ajudei patrocinando dois processos gratuitamente. Mas chegaram em casa hoje com mais dois. Hoje minha situação é outra. Eu vivo do serviço do meu escritório. Não tenho outro emprego. Não posso mais me dar ao luxo de não cobrar, já que é meu único sustento hoje.

O curioso que quando tiveram uma causa grande e que haveria algum lucro para mim, procuraram outro advogado. Que fidelidade é essa? Quando se trata de carne de pescoço, chama a palhaça?

E como já diria Clarice , 'não posso dar de graça o que tenho para vender'.

Não aceitei as causas e acho que eles ficaram chateados. Mas se aceitasse, quem ficaria chateada seria eu. Além de que, existem órgãos que patrocinam causas gratuitamente. Estou até mesmo ferindo a ética profissional.

Não vou ser mercenária esse ano, coisa que nunca fui. Mas quero cortar esse tipo de coisa da minha vida profissional.

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