Por sorte, pensamento não tem legenda

Estou eu, Mariposa Desiludida de Sempre, na doceria da minha querida amiga flaminga (pois é, mariposas e flamingos, amigos para sempre...lá.ia..lá..ia...lá..ia), quando entra um senhor de avançada idade, andando com certa dificuldade, cabelos brancos, suspensórios, trava elétrica, alarme, completo.

O gentil velhinho pediu bombons, muitos bombons e uma cerveja (às 16h, pasmem!!!). Olhou para mim e me ofereceu a cerveja! A flaminga já se matando de rir do outro lado do balcão, onde o gentil senhor não podia vê-la. Dái me vieram à mente as seguintes questões:

1.Será que tenho cara de bêbada?

2. Por que ele não me ofereceu o chocolate (isso eu queria!)?

3. Meu sucesso na terceira idade ainda continua?

4. Onde está o dinheiro?

5. O gato sumiu?

6. Ninguém viu?

Mário Quintana

"Se tiver de me esquecer, me esqueça, mas bem devagarinho..."

Ser amado é mais difícil que amar

O silêncio desses últimos dias se deu em razão da busca de respostas. Algumas já tenho. Outras, creio que somente o tempo me dará. E essa é a graça da vida, não saber o que virá e quantas voltas serão (e sempre são muitas).

Mas enfim, ser amado(a) é muito difícil. O ser amado acaba envaidecido, certo e seguro demais da conquista. Passa a cometer erros, mais erros, até levar ao fim.

Hoje os amores vêm com data de validade. E dão espaço à interdição da internet (oh, coisa maldita!!).

Claro que eu também cometi erros.

E estou cansada de ver a mesma estória se repetir.

Um sorriso a mais

Quantas vezes tive vontade de desistir? Inúmeras. Ser advogada não é fácil. É processo que o Cartório não encontra, decisões que não se entende, absurdos processuais, cliente que não paga e quando paga é com cheque sem fundos, enfim. Mas o que aconteceu ontem foi uma daquelas situações que faz tudo valer a pena.

Um crime. Vários réus algemados, muito terno e gravata, a sala de audiência cheia e um inocente preso por algo que não cometeu.

Duas horas de depoimentos, provas e interrogatórios. Enfim, convencido o Juízo de que aquele moço era inocente, vitima apenas do preconceito de policiais despreparados. A notícia : você sairá ainda hoje. Não ouvi mais nada, só enxergava o sorriso falho de uma vida cansada de tantos insucessos, enquanto surtia uma felicidade que não cabia naquele cubículo de 'cadeia' improvisada. O agradecimento emocionado.

E só quem merecia os aplausos era ele próprio.