Monday, July 27, 2009

E bem hoje..

Hoje atendi uma senhoura pouco simpática que estava cotando serviços de advocacia. Disse que já tinha visitado vários 'devogados' e que a maioria só cobrava entre 20 a 30% ao final da causa e só se ganhar ainda. Afff!!! Já imaginou? Trabalhar de 5 a 6 anos numa causa para receber no final?
Prometer ganho de causa já é um grande erro. Porque cabeça de juiz e bunda de nenê, já dizia o velho ditado, ninguém nunca sabe o que vem.
A advocacia está se tornando uma profissão de elite. O sujeito se forma, depois de uma grande dificuldade, passa no exame da Ordem dos Advogados do Brasil, o que é absurdo em si, pois o que se deveriam barrar são as inúmeras faculdades. Espera a pessoa investir um carro zero para afunilar ao final. Agora já é possível cursar Direito à distância!
E começa a advogar. É preciso um computador, uma impressora, mesa, cadeira, telefone, aluguel de uma sala.
Um ano, nada. Dois anos, quase nada. Três anos, começa a pingar alguma coisa da gratuidade judiciária e olhe lá.
Se não houver alguém que o ajude no sustento, vai desistir como muitos desistiram; aliás, boa parte nem teve condições de começar porque não pode deixar um emprego estável por uma aventura que nem bem sabe se terá bons resultados. Afinal, nome, respeito, confiança levam anos para serem conquistados.
Poucos trabalham naquilo que se formaram. Isso deve acontecer em quase todas as áreas, não é um privilégio do Direito. E nem todos têm direito de, nem ao menos, tentar, só a nata.
No fim, se transformam nesses seres aí que cobram 20 ou 30% depois de anos de luta.
O mais triste é ser medíocre fazendo aquilo que mais ama.

Feliz Dia do 'Devogado'!!!




Onde?

Em Direito, domicílio civil é o lugar onde a pessoa natural estabelece residência com ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional.
No entanto, trabalho num lugar e sou feliz em outro. Claro que a advocacia me faz feliz. Sem trabalho sou um ser sem rumo.
Mas o que me faz sorrir mesmo é um homem alto, forte, grisalho, másculo, muitas vezes rude, de um coração enorme, que quando me toma nos braços, faz esquecer de tudo e torna difícil a partida, ansiar pela chegada e por em dúvida onde fica minha casa.
A distância em metros é muito menos difícil de vencer que a saudade que sinto quando estou longe.
Onde ele mora? Essa é fácil : no meu coração de melão. Tão longe, tão perto. Somos um.

Thursday, July 23, 2009

Pregando no deserto

A internet está acabando com as relações humanas, não tenho dúvida. Não raros marido desapontado ou esposa decepcionada porque flagrou seu amor que pensava conhecer na frente de uma tela fria, desperdiçando seus sentimentos.
'A internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto'. Isso é uma grande mentira. A internet não passa de uma 'rede' de mentiras e engodos. Mas acerta quando diz 'afasta quem está perto'. Disso não há dúvidas.
Se eu tivesse algum poder sobre o universo, por certo, aboliria bate-papo, msn, orkut e coisas do gênero.
Não nego as facilidades da net, como acessar bancos, pagar contas, pesquisar juris e prudências, mas as relações vêm perdendo espaço para esse mal. A infidelidade aumenta e o amor vai ficando para um segundo plano, onde não existe tela fria, mas só mágoas.
E só para acabar, internet é para gente feia, que não consegue viver um amor de verdade e precisa ocupar sua alma com futilidade!!

Monday, July 20, 2009

Causo de Polícia

Sexta-feira. Dia de descanso de muito trabalho na semana. Cerveja? Duas, por favor! Prontos para uma noite romântica e vamos parar na Delegacia. Não como a costumeira cena na pele da mariposa advogada, mas ali, testemunha de uma barbariedade familiar.
Por um bom tempo não trabalhei com Direito de Família. Cheguei a pegar aversão às atrocidades que assisti entre marido e mulher, pais e filhos, enteados e padrastros, madastras, etc.
Gostaria de saber o que separa uma jura de amor e uma jura de morte. Para onde vai aquele sentimento bonito que um dia ultrapssou barreiras, e deu lugar à agressão moral e muitas vezes física.
É curioso que por instantes, parece que o amor ressurgiu nos olhos da mulher, vendo seu marido/agressor tomando uma merecida surra, sentiu por ele, e evitou maiores danos.
Passado o susto, está tudo mundo na DP, falando alto, pra não dizer aos berros, dizendo absurdos, devassando intimidades em frente a estranhos.
Sobrou algo do amor? Ou as brigas, as diferenças, a falta de dinheiro, a bebida, venceram?
Ele não vê mais a menina sorridente por que se apaixonou, tampouco ela vê o moço sério que tocava e cantava na missa aos domingos.
Estranhos agora são um para o outro.

Thursday, July 16, 2009

O que muda?

Há muito se discute que seja uma grande farsa a ida do homem à lua em 1.969. Discutem se Jesus teria se casado com Maria Madalena. Questionam se estamos sozinhos no universo.
Não creio que seja uma mentira essa estorinha da lua, mesmo porque duvido que uma mentira, ainda que muito bem contada, dure 40 anos (1969-2009). Quem guarda um segredo por tanto tempo?
Hoje você telefona para seu amor dentro do mercado mesmo que esteja em Queringuixó do Oeste e ele em Mustafá do Norte, e sem nenhum fio! Você se conecta a qualquer órgão ou entidade com um computador e internet. Paga contas sem sair de casa. A tecnologia de hoje é inimaginável.
E sinceramente, me diga :o que muda na sua vida saber se neguinho esteve ou não esteve na terra do queijo (lua). Sua fé vai se reduzir por saber que Jesus experimentou o mais nobre e lindo sentimento humano? Você vai passar a ter mais medo do escuro com medo de ser abduzido?
Nada disso impede de que amanhã você tenha que acordar, tomar café, ir trabalhar, almoçar, voltar ao trabalho, jantar, assistir 'caminho das índias', com alguma sorte, dormir, acordar...

A paz que faltava em mim

Há muito perseguia esse sentimento e ele chegou quando menos imaginei que viesse. Passei por maus momentos esse ano que iniciou e já está pela metade. Não fosse carinho e paciência do meu amor, não sei como teria sido. E curioso que quando mais precisava ter os pés no chão, percebo que tudo que queria estava comigo e em mim.
Descobri que amo o que faço, que nenhum outro trabalho no mundo, por mais rentoso que seja, será melhor que advogar. Nenhum amor no universo é mais lindo que ver o olhar de menino do meu bombom me olhando apaixonado quando acordo pela manhã ramelenta, com o cabelo do Don King, e com meu pijaminha de vó.
Sinto-me, finalmente, em paz.

Wednesday, July 15, 2009

receitinha

Não me venha com essa de que ama sem conhecer. De que ama à distância. Que ama alguém que não vê há anos. Que amou um dia e nunca mais se esqueceu. Lembrança é uma coisa, amar é outra estória. Amor é conviver, sofrer junto, estar ao lado, embaixo, em cima (uiiii), saber do que o outro gosta, respeitar, passar a noite segurando a mão porque o outro sente dor.
É bom escolher alguém, não pela paixão que impulsiona uma locomotiva, nem o belo, nem o charmoso, mas a pessoa amiga, trabalhadora, respeitadora, amável, carinhosa, que saiba tratar a família, que te leve pra tomar sorvete, porque depois dos anos, finda a louca paixão, é só amizade, companheirismo, fidelidade, respeito e paciência que vão sobrar, e isso chamo de A M O R!

Tuesday, July 14, 2009

Pobre, pobre, pobre de marré

Sabe aquela sensação de pobreza que invade o nosso ser de forma abrupta e iminente? Lá estou eu hoje, com meu disfarce de advogada honesta, ou seja, pobre, subindo a longa escadaria de um escritório de uma colega. Tudo tão lindo, limpo, caro, arrumado. Um cenário bem diferente do meu humilde escritório decorado com móveis baratos, mensagens de otimismo e quadros de minha mãe pendurados na parede, e claro, sempre bagunçado, com papel pra tudo que é lado e um pouco de pó de cana de açúcar para dar um toque regional.
Mas a curiosidade da estória é que a colega, também advogada, me contratou para elaborar uma ação bastante complicada. Há uma semana trabalho quase que somente nisso.
Não sei o que vale mais. O suposto conhecimento que penso que ela pensa que tenho; ou o suposto dinheiro que suponho que, com certeza, ela tenha.

Ditadura do celular

Desde a invenção do celular, ninguém mais tem sossego. Antes, se alguém liga para você e você não está, azar de quem ligou. Agora você está no mercado comprando bananas e seu bolso começa a tremer ou tocar aquelas incríveis musiquinhas (desculpe-me, meu celular é de pobre e não toca mp3 e o escambal A4). E por falar nisso, quanto mais pobre é a pessoa, mais cheio de 'bosta de galinha' é o celular. Parcelou em parecelas suaves e eternas para ser o legítimo pai de santo, só recebe, mesmo porque ou paga a parcela ou põe crédito, por favor, né.
A utilidade desse pequeno irritante é tamanha. Confesso. Quando quebra o carro na estrada ou quando se está numa situação de perigo e até mesmo para matar um pouco de saudade do meu amor. Mas não entendo porque pai, mãe, irmão, bebê, cachorro e papagaio precisam de celulares independentes e sem créditos entre si.
A menina não quer mais a barbie do ano, ou quer um celular ou um notebook. O garoto deixou até os tais videogames para trocar mensagens ininteligíveis com o amiguinho que tem celular de último geração.
Não quero fazer apologia ao passado, nem ficar presa em décadas remotas, mas isso está indo longe, ou tão longe quanto a torre de transmissão alcance.

Tuesday, July 07, 2009

sem tempo para título

Sempre critiquei as pessoas que diziam não ter tempo para nada. Putz. Agora vivo essa situação. Depois de longas férias, voltei a advogar e graças a Deus, não tenho tempo pra nada. Essa frase não é de todo verdadeira, porque para meu amor, meu trabalho e minha família consigo tempo(para tomar uma cerveja geladinha também sou capaz de despender uns 10 minutos). Mas para o resto do universo, me desculpe, mas vou ao enterro do Michael Jackson...