Tuesday, August 28, 2007

Onde está o Sidney???

Voltei aos treinos de judô hoje. Que delícia rever a galera. E que festa!!! Saudade de todo mundo!! A tá..já tinha amarrado erradamente a faixa! Que vergonha. Tanto tempo longe do tatame! E a memória se vai..
Toda aquela formalidade para cumprimentar ajoelhado. Sinto que teria câimbras. Ai, que bom começo!!! E vamos nós. 30 voltas correndo no tatame. Na terceira, já estou com a língua pra fora e só andando. E vamos para os golpes, cai para a direita, cai para a esquerda. A uma certa altura, eu já estava levando golpes até do bebedouro. Água, pelo amor de Deus. Óh líquido maravilhoso!!
Ushimata? Como era mesmo? Alguém...me ajuda!! Gigoro kano, me ajuda!
Fui treinar com um sujeitinho besta. "Por favor, faça qualquer golpe, mas só não cáia em cima de mim" Ecaaaaaaaaaaa. Senti vontade de cair de bunda na cara dele e sufocá-lo com a magnitude de minhas avantajadas nádegas. Mas daí me toquei que ele era faixa marrom e eu uma reles faixa laranja, aliás, bem laranja.
Aguentei bravamente o treino até seu final (com o som mais lindo do universo judoca - matê), como se minha educação espartana permitisse que abandonasse antes. Sou brasileira...
Não sei como vou e se vou acordar amanhã. Mas posso dizer que não foi uma grande idéia fazer 30 anos. Ainda que eu me orgulhe de ser a judoca mais velha dali. As mulheres da minha idade estão ocupadas sendo esposas e mães. Enquanto não me ocupo com isso, vamos lutando..

Thursday, August 23, 2007

Licença

Quero postar um poema maravilhoso, de E.E. Cummings. Sempre que o leio, choro. Se um homem me disser isso, algum dia, me arrasto a seus pés por todo o sempre.

"Carrego seu coração comigo,eu o carrego no meu coração.
Nunca estou sem ele
onde quer que eu vá você vai, minha querida
e o que quer que seja feito somente por mim é feito por você, minha querida.
Não tenho medo do destino, pois você é meu destino, minha doçura.
Não quero o mundo, pois você, linda, é meu mundo, minha verdade
e você é o que qualquer lua tenha sempre significado
e o que quer que um sol cantar será sempre você.
Aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe,
aqui está a raiz da raiz e o broto do broto
e o céu do céu de uma árvore chamada vida,
que cresce mais alta do que a alma pode ter esperança ou a mente pode esconder.
E essa é a maravilha que mantém as estrelas separadas.
Carrego seu coração
eu o carrego no meu coração."

Lepidópteros crepusculares*

Fiz uma descoberta triste. Gosto de ser a mariposa. A personagem se tornou real.Mas sabe? Sinto uma estranha felicidade em voltar aqui na minha mais incrível caracterísitica : a desilusão.
Oh, prazer pela dor!! Que também é um prazer pela liberdade. Não que eu seja uma amante da noite, da balada. Sou até bem caseira. O compromisso descompromissado tem me deixado inquieta. Eu só queria um colo, mas um colo acolhedor, que me dissesse 'vai ficar tudo bem' e 'vou estar aqui, sempre'. É difícil??





*mariposas.

Wednesday, August 22, 2007

Enquanto isso...na Sala da Justiça...

Quando eu era criança, queria ser a Mulher Maravilha. Usar aquele colant cheio de estrelinhas, ter aquele cabelo esvoaçante e sair no meu avião transparente salvando o mundo.
Tinha tantos ideais, convicções, sonhos. Que pateta!
A tá..você cresceu (na medida do possível, dentro em meus 1,55m) e se tornou advogada. Pera aí. O advogado é indispensável à administração da justiça e não fui quem disse, foi a Constituição Federal. Não brigue comigo!
Enfim. Não sou nem a sombra da grande mulher que queria ser. Desisti de salvar o mundo. Só luto com a balança (oh, briga eterna!!). Mas gostaria de ter uma avião transparente.

Tuesday, August 21, 2007

About me expirado

Sinto dizer que minha apresentação está com a data de validade expirada. Venceu. Embolorou. Estragou?
Ainda tenho 32 anos, pelo menos até novembro. Tento ser advogada por todos os dias de minha vida, sem exceção. Não fumo. Eca. Bebo eventualmente (é sério!!). Não me casei, nem tive filhos (nem dava tempo, né). O judô não me vê hás uns três meses de preguiça e falta de coragem. Café só com adoçante, o que fica um sabor de magnopirol com novalgina (oh, meu Deus...como é dificil fazer dieta). Os romances empoeirando na prateleira.
Ah! Ainda sou a Mariposa, talvez mais apaixonada que desiludida..

Sentimento e pensamento

Será que o coração dói na intensidade do pensamento? É exagero do cérebro a dor? Creio que sim. Já me explico. Embora hoje seja meio difícil explicar qualquer coisa que habite meu coração ou meu cérebro.
Enfim. Tenho a impressão que muitas vezes fomos educados para sofrer. Para nos desmanchar em lágrimas com a morte de um ente querido, ou para arrastar correntes quando um amor é desfeito. Será que a torpeza humana é capaz de tão nobres sentimentos? Isso mais parece pensamento. Penso que estou triste. Mas estou? Sinto mesmo essa dor? Ou me ensinaram que deveria sentir assim? Os filmes, as músicas contam estórias belíssimas de amores trágicos. Mas isso é amor? A tragédia não tem nada a ver com amor. O amor salva. O amor é uma renúncia de nós mesmos pela felicidade do outro.
Penso que tudo é pensamento. O pensamento é real. Mas é real o sentimento? Se se ama aguém, tem de ser para sempre. E por que acaba? Se é amor, acredito que não acabe nunca, e isso é sentimento, não pensamento.

Sunday, August 19, 2007

Não tenho pipi

Vi um outdoor de propaganda que mostrava um cara tirando a calça, aparecendo a cueca e quase saltando seu instrumento para fora. Não me lembro a respeito de que produto era a propaganda, tal foi meu choque ao ver aquela cena. Não, não sou puritana. Mas me assusta a forma com que o mercado quer transformar mulheres em homens. Nós não somos assim. Ver um homem nu ou quase nu não nos excita nem um pouco. Está firmado pela jurisprudência feminina dominante que a nossa excitação vem com palavras, com carinho, com gestos afetuosos. Não com a imagem de um cara se despindo. Nem o rosto dele o outdoor mostrava. A imagem enfocava somente a região peniana do rapaz.
Se fosse a foto de garota certamente faria o maior sucesso. Com toda certeza, os homens iriam sair babando dali. Mas o efeito causado nas mulheres é muito mais choque que excitação. Não adianta, não temos pipi.

Thursday, August 16, 2007

Aventuras na Terra da Garoa

Estive em São Paulo por esses dias para realização de um curso jurídico. O curioso é que hospedei em frente ao aeroporto de Congonhas. Nenhum avião caiu em minha cabeça, por sorte. Cometi algumas trapalhadas costumeiras na Paulicéia, mas nada comprometedor da minha integridade física e moral. Entre as juris e as prudências do curso, que, aliás, foi muito produtivo, até que me contive nos glicídios e protídios.
E não há como não se encantar com aquela cidade. Aquele mar de prédios encarando nossa visão, a pressa de todos (por que em São Paulo, todo mundo está sempre apressado???), aquele cheiro estranho, as vitrines maravilhosas, o espelhamento dos prédios, o sol caindo atrás de tantos edifícios, o chuveiro maravilhoso do hotel..
Mas confesso que ao chegar à Rodoviária, no retorno, e ver o letreiro do ônibus piscando 'J A U', me causou um sentimento tão gostoso, com gosto de sopa quentinha, uma vontade de estar com meus amigos e colocar as mentiras em dia.

Sunday, August 12, 2007

Escolha

Estava aqui ounvindo um clássico da minha adolescência nos anos 80..."A fórmula do amor" com o Leo Jaime, que muitos nem sabem que já existiu, e o imortal Kid Abelha. Na época era meu hino. Como eu queria, nas aulas de química do prof. Vanderlei, encontrar as combinações dessa fórmula. Pois é. Os anos se passaram e os problemas continuam os mesmos. O amor! O eterno tormento! Hoje não acredito mais nisso. Por mais que você procure, Leo, não vai encontrar a fórmula do amor. Nem sei se você procura por isso.
Não quero parecer fria ou descrente. Mas o que é o amor? Escolher um bom provedor, que tenha uma aparência razoável, um emprego que baste aos passeios e conversas que terão, que possua um meio de transporte adequado, uma família saudável. Isso é amor? Ou escolha?
Você não vai se apaixonar pelo cara que enche o pneu da sua bicicleta, vai? Ou porque faltam a ele os dentes da frente, ou porque ele disse : pode ir, sem pobrema, dona. Mesmo que ele se pareça com o Gianechini (sei lá como se escreve isso). E olha que eu morreria pelo Giane.
Talvez, mas só talvez, na época do prof. Vanderlei e as intermináveis aulas de química, eu fosse capaz de amar ou de me apaixonar infnitas vezes até pelo cara da bicicleta.
E não adianta tentar resgatar aquele sentimento. Ficou pra trás. Nada do que foi será do jeito que já foi um dia. E isso é outra música e outra estória...

Saturday, August 11, 2007

Monday, August 06, 2007

Relatos

Tenho uma frustração na vida. Gostaria de ter sido escritora. De passar a vida contando meus despautérios, minhas desilusões, ilusões, paixões, amores, saudade, meus sorrisos, enfim, descrevendo, inventando estórias, colocando finais tristes (não gosto de final feliz...é muito irreal). Me apaixono por estórias dramáticas, por amores impossíveis. Já causei muitas paixões. Mas amor, amor verdadeiro, já tive?? O amor não se perde com o tempo, é eterno, mas é cotidiano, precisa ser alimentado a cada dia.
Por um lado, alegra-me minha vida solitária. Fazer o que quero, quando e como quero. Gosto de ser a mariposa que aqui é mulher forte, dona de si, dominadora. Mas faz falta ser a menina protegida, frágil, esperando um carinho.
Talvez faça parte de mim a solidão e a ela tenho me acostumado e até gostado. É interessante ver a vida do lado expetadora. Observar os outros, perceber suas fraquezas e constatar que não são maiores ou menores que as minhas, apenas diferentes. Ou talvez seja diferente o modo de ver a vida.
E olha que sempre pensei que somente seria feliz ao lado de alguém. Ainda persigo isso. Mas se não acontecer..não será o fim do mundo. Será?
Penso que a vida foi feita à família. Não há muito sentido ser diferente. A vida toda está pautada nisso. Em achar seu par ideal ou o que mais se aproxime disso. Ter lindos bebês para herdar seus melhores defeitos e ir morrendo dia a dia. Talvez não seja tão rápido assim. Ou talvez seja.

Sunday, August 05, 2007

Às minhas amigas

Hoje vou escrever às minhas espinhas. À doença, segundo o Aurélio, de natureza inflamatória, e de que há vários tipos, e que compromete as formações cutâneas pilosas e sebáceas. Às bolinhas rosáceas que me acompanham desde a puberdade, sem qualquer trégua, diria, sem nunca me abandonar. Confesso que preferiria menos fidelidade. E não por nada, mas custava vocês irem florear outro jardim???
Quanto tratamento, laser, pomada, creme, peeling, receitas caseiras, mel, limão, tomate, bate tudo, mistura com vodka que fica um coquetel supreendente. E elas continuam ali, firmes e brilhantes.
Minha mãe, que se aproxima dos 60 anos, ainda tem espinhas. Deve ser o meu caminho também, rodeado por tantas rosas.
Na verdade, não as odeio mais. Aprendi a aceitar sua presença, quantas vezes marcante. Já fazem parte de mim, aliás, se alimentam de minhas glândulas.
Mas no nariz, não, né!!!

Friday, August 03, 2007

Para uma vida toda

Anos e anos domando meu cérebro inquieto e compulsivo me renderam alguma calma, muita paciência, ouso dizer equilíbrio, toda compreensão. Recebo bem ordens. Não sou rebelde. Já deixei até a criatividade, se é que algum dia a tive. Há quem diga que é amargura. Pode ser. Tudo para parecer normal, contida, reprimida, educada, polida.
Na verdade, consegui fazer de mim uma grande patife e mais nada. Talvez tenha aguado o que havia de mais belo para me transformar naquilo que todos esperam. Porque é mais fácil. Não precisa fazer nada. Ninguém vai notar. Sem qualquer graça ou beleza. É só mais uma que vaga o corredor da vida. Que passa..
Mesmo que minha vida seja de mentira, percebi que o sentimento é maior que tudo. E que muitos anos podem passar, mas no pior dia, no pior dia mesmo de nossas vidas, ao final do dia, você vai sorrir para mim e tudo vai ficar mais fácil.