Monday, November 27, 2006

3.650 DIAS

Devo ter envelhecido uns 10 anos nesta semana que passou. Interessante é que aconteceram as melhores eas piores coisas do meu ano. Vivi perda, saudade, conquista, decepção, recomeço, esperança, inquietude, desespero, tudo num mesmo instante. Um misto de tristeza e alegria. Não acredito que a dor traga amadurecimento. Dor só dói. Felicidade é que dura pouco. Fica comigo a esperança de que a dor se vá e que a fração de segundos de sorrisos retorne aos meus lábios.
As palavras que hoje escrevo vêm da esperança; porque tristeza não escreve uma única linha sequer, só traz lágrima e mais nada.
A lição, se é que existe alguma, nisso tudo, fica com a luta; se não consegui, ao menos tentei.

Monday, November 20, 2006

AMIGOS 1

Tenho amigos que não mereço, tal é o carinho que me dedicam sem com que eu nada retribua. É curioso como na idade adulta fazemos amizades dos mais diversos tipos e interesses em comum. Amigos que conheci na infância, no judô, na faculdade, no trabalho, sorriso para a vida toda. Por esses dias, um desses queridos companheiros, passou horas de seu horário de almoço só pra comigo ficar e explicar o universo infindável dos direitos morais. Também sempre me consola, dizendo palavras de apoio, que são verdadeiros estímulos para prosseguir, quando dos meus desastres amorosos. Ele é meio 'durão'; não demonstra sentimento, nem nada, mas acho que ele sente o mesmo carinho que sinto por ele. Nunca agradeci o suficiente. Talvez não seja tarde. Obrigada, meu querido e obrigada por estar ao meu lado.

Friday, November 17, 2006

MORTE

Hoje minha irmã escreveu para mim falando sobre a morte. Ela dissertou de uma forma tão consciente, tão reta, como tudo que sempre desenvolve.
Talvez pelo fato dela ser jornalista e saber lidar bem com as palavras; ou talvez por já ter constituído uma família, e a morte poder significar ameaça, ruptura, fim.
Ela diz “A gente não se conforma com a morte porque nos consideramos - e somos mesmo - muito maiores que ela.
Pense: nossa mente, até onde ela pode nos levar? a tudo, não é mesmo? Afinal, nossos pensamentos não têm limites, nossas idéias extrapolam horizontes, nossa ações superam dificuldades...
Mas tudo isso, está dentro de um corpo, uma carne, ossos e sangue, algo muito animalesco infinitamente menor que a capacidade de nosso cérebro...
Então, numa noite em que acordamos de sobressalto, com insônia, e cheios de ansiedade, sentimos... nosso coração, um órgão movido a músculos e sangue, se não me falhe a memória do colegial, está acelerado! contrai e descontrai, e sentimos isso, assustados... será que morreremos no instante seguinte? Pânico...
É isso, enquanto nosso pensamento é gigante, nosso corpo é inútil. E um dia a morte é consumada e fim...
O consolo é acreditar na vida depois de tudo isso, ou simplesmente não pensar em nada..."(PCGS)
Ainda não sei se consigo entender que alguém viva, ame, se apaixone, tenha filhos, amigos maravilhosos, sorria muito, chore, lute, vença, perca, dance sua canção favorita, leia, respire e depois não mais.

Thursday, November 16, 2006

ALIANÇA

Já fui noiva por duas vezes. Da segunda vez, sentia muita certeza de que seríamos felizes para sempre. Mandamos fazer um par de alianças grossas e reluzentes. Guardo-a até hoje. Não como recordação de um sentimento, tampouco desejosa de que o noivado seja reatado. Não. Essa aliança é o símbolo de que nem sempre o meu querer coincide com o que, de fato, acontece. E isso é muito bom. Porque o meu presente é melhor do que qualquer coisa que eu já tenha desejado.

Wednesday, November 15, 2006

TRISTE

Criei esse blog para servir de escape às minhas tensões diárias. Antes fazia isso extravasando meu stress lutando judô. Passava as noites levando, em média, 247 tombos, e voltava para casa suada, roxa e toda feliz. O judô se foi enquanto durar o repouso da luxação, grau II. Parece que minha clavícula está onde não deveria, e até lá, molho completo! O que me preocupa é o fato de uma pessoa muito querida ter-me dito que achou o conteúdo desse blog triste. A intenção era contar meus desastres amorosos de uma maneira divertida. Se transmiti tristeza, me perdoem. A idéia primeira não era essa.

Tuesday, November 14, 2006

FRACASSOS AMOROSOS

Por esses dias, uma amiga querida me telefonou desesperada. Disse :"querida, briguei com meu namorado e preciso de seus conselhos!!" Aquilo me soou tão estranho e inesperado, pois como ela poderia querer conselhos de quem só coleciona fracassos amorosos? Continuei firme no meu papel de amiga. Ouvi tudo que ela tinha a dizer pacientemente. E a cada instante, a cada lamento, eu só ficava pensando :"o que vou dizer a ela, meu Deus"? Daí pensei na nossa diferença de idade, que é de dez anos, e concluí que eu deveria ter mesmo algo a dizer. O problema dessa minha estimada amiga é que ela está com uns quilinhos a mais acumulados, e seu namorado quer que ela emagreça a todo custo. Minha idéia primeira foi dizer, "querida, larga logo esse imbecil". Ainda que ela tivesse me pedido intromissão, achei que isso seria demais. Daí me lembrei que passei por uma situação semelhante com meu noivo nº2. Simples. Era só dar a solução que dei na época. Ou talvez não. Eu chutei o imbecil e depois emagreci. Acho que não deve ser um bom conselho tendo em vista que ela parece do gostar do imbecil que a acompanha. Ele, como meu noivo nº 2, a conheceu gordinha e assim se apaixonou por ela, não por seus glicídios em excesso. Mas será que eles estão totalmente errados? O outro não tem que estar e querer estar lindo, cheiroso e gostoso para nós também? Acabei sentindo pena de meu noivo nº 2. Na época eu deveria ter uns 25 anos e pesava 83 quilos. Pobre garoto. Agüentou até demais, literalmente. Acredito que temos de ser bonitos para nós mesmos, mas para o ser amado também, para que o amor se renove a cada dia; e esse amor começa na admiração, na atração e precisamos sim, estar cada vez mais bonitos. Não tive coragem de dizer isso à minha amiga.