Código Internacional de Doenças -CID (causa idiota para desídia)

Há uns meses, resolvi me aventurar na dádiva que é a advocacia previdenciária. Um mundo novo!! Sobretudo os pedidos de auxílio-doença. Fico passada! Ninguém quer trabalhar!! Dor lombar ? Isso é motivo para deixar de trabalhar?

Todo cidadão que se preze e que trabalhe ao menos 8 horas/dia, ao final do expediente, e que trabalhou sem enrolação, TEM DOR NAS COSTAS, também conhecida por dor lombar.

Isso não é motivo, minha filha, para deixar o trabalho. Toma vergonha nessa cara. Vai trabalhar, vagabunda.

Também quero me afastar, tenho desgaste causado por cheques de fundos -CID 171.0!!! KKKKK!!

E que alguém trabalhe por esse bando de vagabundos!!

Sem

Já recebi tantas congratulações pela minha recente gravidez, tantas mensagens de que se trata de uma bênção, mas até agora nem curti o momento. Já foram tantas brigas, tantas intromissões indesejadas, tanta teimosia, sem contar com tantas preocupações, que foi ofuscado um momento tão lindo.

Veio também um susto, o medo de um aborto que me fez até parar de trabalhar e fazer repouso forçado.

Não fui comemorar como eu queria. Não comprei ainda sequer sapatinhos de tricot.

Às vezes desacredito até que seja um bebezinho. Parece até mentira.

Senti enjôo apenas uma vez por causa do perfume vencido de uma cliente.

Só tive desejo de tomar caldo de cana e mais nada.

Tenho seguido a orientação médica, tomo os remédios regularmente, já consultei dois médicos.

Converso com o bebê. Canto músicas para que se acalme, na tentativa de me acalmar também. E espero por sua chegada em dezembro quando, espero, tenha acabado tudo isso.

'A vida com catapora é cheia de pelotinhas'

Depois de quase uma semana de pseudo-férias, estou de volta à rotina de trabalho, com muitos papéis para colocar em ordem. Enfim, sem quase respirar e somente com 20 minutos para o almoço, às 15:31h consegui concluir tudo que estava na pauta de hoje. Não sei porquê me desespero, já que sempre venço o tempo. Nossa, deixa eu calar a boca já que acabou de chegar mais trabalho.

Amém.

Maternidade, por Carlos Drumond de Andrade

"Seu desejo não era desejo corporal
Era desejo de ter filho
De sentir, de saber que tinha filho
Um só filho que fosse, mas um filho
Procurou, procurou pai para seu filho
Ninguém se interessava por ser pai
O filho desejado, concebido
longo tempo na mente, e era tão lindo
nasceu do acaso, e o pai era o acaso
o acaso nem é pai, isso que importa?
O filho, obra materna é sua criação
De mais ninguém
Mas lhe falta um detalhe, o detalhe do pai...
Então, ela é mãe e pai de seu garoto a quem, por acaso
Falta um lobo de orelha, a orelha esquerda."

Só uma palavra

POSITIVO!!!!

Colcha de retalhos

No final da tarde de ontem, fui visitar uma prima que fez cirurgia de redução de estômago. Meu Deus. Que Hospital mais triste aquele. Como de costume já me perdi na entrada e já cheguei querendo ir embora. Cansada, com fome, pés inchados, e vendo aquele cenário de doença, sentia vontade de estar em casa, tomar um banho e esquecer tudo. A prima toda animada como a não entender que vai tomar somente líquido por um mês. Como a vaidade chega ao absurdo de mutilação do próprio corpo. Se bem que a priminha bem que poderia ter evitado atingir o peso de 120 quilos, se privando um pouco das maravilhas gastronômicas.

Encontro com parentes que só vejo nessas ocasiões e tento ir embora o mais rápido possível. Na saída ainda encontro uma velha conhecida com um problema terrível (soltando fezes pela boca).

Alguém me tira daqui???

Encontro meu carro e saio logo dali e volto às minhas dúvidas de mariposa mamãe. Será mesmo que carrego um bebezinho?

Onde encontrar força para trabalhar até às 14:30h, horário que terei o resultado?

Enfim, nóis pode?

Será, enfim, que Mariposa vai dar continuidade à sua espécie?

A Larva e a Borboleta

Nunca subestime nem superestime ninguém.

Há 11 anos atrás eu era apenas uma jovem advogada que nem bem sabia onde estava, recém formada, com um número na OAB que nem imaginava de que me serviria, a não ser acrescentar uma conta ao final de todo dia 15, recém chutada pelo noivo que resolveu brincar com o coração de outra mocinha bem mais jovem que eu era na época (esperou no berçário!!) e dependendo de meu pai, experiente advogado para entender os trâmites processuais.

Depois daquele noivo se seguriam mais alguns que me chutaram também, mas não vem ao caso agora.

Hoje já sei que minha inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil me rendeu a descoberta sobre mim dado ao meu grande amor, o Direito.

Desde então, eu somente cresci, evoluí, acompanhei as mudanças e lutei ao lado delas.

Meu pai deixou que a vida passasse por cima de si e hoje é quem depende de mim para atuar como advogado. Não quero tirar seu brilho, sua maneira genial de escrever, mas se negou às mudanças.

O mundo não espera ninguém por mais especial que seja.

E o que era antes não é mais.

Eternos bebês

Minha avó completará 84 anos nesta sexta-feira, para o que espero que ela faça a sua famosa pizza de massa caseira. Muitos anos e lutas para festejar bonitona, ainda que pouco escute e enxergue bem pouco.

Neste domingo, ela resolveu voltar à infância. Fez um bico do tamanho do universo ao perceber que não ganhou ovo de Páscoa. Ninguém deu ovo porque ela nunca quis e nunca gostou de chocolate. Mas creio que ela queria o presente, a lembrança a importância de ganhar algo.

Calma, Vó, na sexta você vai ganhar muitos mimos, presentes de que você nem precisa ou gosta. Mais uns dias apenas.

Um príncipe sem título - Um título sem príncipe

Sabe aquele trecho da estória em aparece o príncipe encantado montado no cavalo branco e salva a mocinha de sua vida miserável?

É só estória. Nunca acontece.

Maktub

Não houve um só único momento da minha vida porque passei por dificuldades que não estive sozinha. Por que haveria de ser diferente agora?

O líquido maravilhoso

Chove há mais de 5 horas seguidamente. Adoro ouvir a chuva, me acalma, retira todos os maus pensamentos. Ainda que seja a mesma chuva que quase levou minha vida horas atrás.

Sei que minha morte vai se dar na água porque concentro todo meu medo nela. Nunca vejo cenas de afogamento, é um tabu. Cenas de acidente com chuva também me apavoram. Como hoje por alguns segundos de milésimos ter-me salvo a vida.

Como é possível amar e odiar ao mesmo tempo?

E continua chovendo..