Thursday, November 26, 2009

Carta ao meu avô


É ...h Liquinho, a verdade é que nenhum homem que encheu a boca pra dizer 'euteamo' me amou de verdade. Só o senhor enxergava beleza através da gordura e das lentes grossas, fora o cabelo 'rei leão' (before escova progessiva) que eu usava naquela época.

Sinto falta daquelas estórias sem pé nem cabeça que o senhor contava após o jantar, que era sempre sopa da vó (mesmo que fizesse 40 graus!!!), bife e pão de casa. Estória da moça que pré-disse o fim do mundo. Vai ser mesmo em 21.12.2012?

Será que alguém do céu aí pode me mandar um torpedo?

A Vó está bem melhor, menos amarga, embora pouco enxergue e ouvir tenha virado algo raro. E não faz mais sopa de grão de bico. Pena. Mas parece feliz. A Mariana faz companhia.

Marisete continua a mesma com invenções na arquitetura e no mundo fashion. Minha irmã eu nem vejo mais, já que mora longe. Foi fazer faculdade e nunca mais voltou. A Fer, infelizmente, se tornou algo estranho.

Só eu fiquei aqui, vô.

Aquela besta em que todo mundo pode confiar. Que pode contar. Talvez porque não haja mais ninguém.

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