Wednesday, June 20, 2007

A grande furada

Gostaria de entender a tênue linha que separa um grande amor de uma grande tragédia. Nessa minha vida de tentativa de ser advogada, vi diversas vezes uma mesma estória se repetir.
Há um casal em que ele é tudo para ela e ela, e ela, claro, é tudo para ele. Os dois fazem concessões que raiam a verdadeiros sacrifícios para estarem juntos; ela deixa de ir ao shopping com as amigas nos dias e finais de semana, ele larga o futebol e o chopinho. Os amigos que vêm são casais em situação econômica similar à sua e logo deixam de encontrá-lo porque ficaram chatos. Em suma, o mundo se divide em quem compartilha desse amor e quem não compartilha. Claro que somente os pombinhos compartilham desse amor e o mundo passa para um segundo plano.
E passam a ser amantes, amigos, confidentes, companheiros, irmãos. Fazem tudo juntos, passeiam, trabalham, se divertem, choram, brigam, fazem as pazes.
E de repente, se pegam aos tapas, rasgam as fotos, destróem as melhores lembranças.
Na verdade não é 'de repente', é um processo até que demorado até essa sufocação de tanto "eu e você" se tornar lágrimas e talvez até tapas.
Não duvido de que tenha havido amor ou quem sabe, somente uma grande paixão. Acredito que o sentimento tenha sido muito grande mesmo.
Mas a vontade exagerada de estar junto acaba por sufocar o maior amor do mundo. E que amor sobreviveria, não??
Nenhum.

2 comments:

Anonymous said...

Você parece ser mais velha do que é, Mariposa. Já passou por tudo mesmo que relata nesse blog? Ou um pouco é ficção?

Anonymous said...

Caro anônimo, a maior parte das coisas aconteceu comigo, sim. Tudo que relato aqui vem do meu coração.
É engraçado você dizer que pareço mais velha, pois geralmente as pessoas que me cercam me vêem como uma meninona..rs.