Thursday, November 20, 2008

A sacoleira

Ainda naquela linha de idéias de fazer coisas que nunca tinha feito antes, ontem me aventurei no mundo das compras em São Paulo. Chegamos, eu, meu cabelereiro e uma amiga em comum, às 04:45h na paulicéia desvairada e já aportamos na feira da madrugada. O paraíso! Bijoux muito baratas! E que torre de babel! Uma mistura de coreanos, alguns árabes perdidos, baianos e muitas outras etnias e línguas misturadas num mar de roupas, bolsas, bijuterias e outros bichos. E eu lá fazendo minhas comprinhas, esvaziando meus quatro bolsos de bem pouco dinheiro e pedindo brindes por onde passava. Xhsisisoss0, disse um moço, que suponho ser de origem coreana, para mim. Não sei se mandou à pqp ou disse: que bunda grandeeeee, hein... e nenhum brinde!! Deixa para lá. Uma moça me passou uma nota de vinte falsa. Putz..e eu a repassei no táxi. Ce la vie! Depois eu disse ao meu pessoal : correeeeeeeeeee e não olhe pra trás, que depois eu explico. Já entrei no clima.
Conheci o mercado municipal, mas não comi o famoso lanche de mortadela. Oh, dieta. Entrei na famosa Igreja de São Bento. Igreja que nunca se entrou, 3 pedidos. Deveria ter pedido resistência física.
E vamos para a Rua Vinte e Cinco de Março. “Olha o rapa!!” E de repente, as barraquinhas somem em fração de segundos. Olho o mesmo lugar e a barraca se transformou numa maleta que o sujeito carrega tranquilamente como se nada tivesse acontecido. Rapidez total!!
E vamos para o Braz. Blusinhas, vestidinhos...ah!! Que raiva dos preços de minha cidade. Dá até vontade de me tornar uma sacoleira profissional. Bom, isso depois de comprar pés novos. Será que vende em dúzias por 10 reaus também?
Sinto uma fina chuva e muito frio, e me lembro, afinal, que estava na terra da garoa. A palavra voltar é a expressão mais linda do dia, pego meus sacos e mais sacos e caminho sem sentir a ponta dos dedos até o buzão. E nem o ônibus dá partida, já estou dormindo e babando até o longo caminho de volta se completar.
Saldo: 10 reais e vinte centavos na carteira, badulaques e mais badulaques nas sacolas, sem pés, muita alegria pelas compras e a encantadora sensação de voltar à minha vidinha de todo dia, claro, estreando meus artigos novos.

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