Friday, July 27, 2007

Há muito, queria falar ao tempo...

Não é raro ouvir da boca de alguém que ‘esse filme é legal, ajuda a passar o tempo’. A vida se resume a isso : esperar o tempo passar? Alguém quer mesmo que ele passe? Ou só queremos que passe? Cruzar os braços e esperar. É tudo que podemos fazer. Por que, então, travamos uma briga absurda quando o dia se vai e não demos conta de todas as tarefas atribuídas àquelas finitas 24 horas? Por mera tortura, acredito. E para haver uma doce ilusão de que se luta contra o destemido senhor dos ponteiros.
Tudo é questão de tempo. Tudo é tempo. O nada também. A dor passa, a alegria também, e o tempo continua, sem nada esperar. Mas não é ele que tira a dor ou a alegria. Sua passagem apenas torna nossa torpe lembrança mais distante. É opção carregarmos a dor. Está no coração, manter o sorriso.

1 comment:

Anonymous said...

Cara Mariposa...
Você sabe que esse tema é o meu favorito. Tema, título, assunto ... Este eterno vilão, rival e amigo, que por mais que façamos, não vivemos sem ele. Aliás, acho que vivemos para ele ... Bom... será? Vivemos para ele ou por ele? Só sei que é através dele que sorrimos, choramos, sentimos as dores e descansamos... O tempo que traz o sorriso...as lágrimas depois do sorriso ... o tempo que traz o vento (sem nenhuma alusão ao querido Érico), e com ele traz as maravilhosas sensações de momentos, que normalmente são tão passageiras ... e passam, tão rapidamente quanto àquelas folhas secas que pisamos e já não enxergamos importância, as folhas sob os pés que esmagamos sem dó nem piedade, mesmo sabendo que um dia foi aquela imagem viçosa do meio da tarde. Mas ainda bem, que por alguns momentos, pisamos em falso para não tropeçar naquela folhinha, agora seca, mas que antes foi o maior objeto de representação de um desejo, bem-estar, o momento do calor em meio a um inverno rigoroso, do prazer sentido pela dor, do desejo de sufocar; aquela folhinha ... pelo menos ela não queremos quebrar sob os pés... simplesmente preferimos deixar que o vento a leve, junto com tantas outras que não temos coragem de espatifar. Só queremos que se misturem às outras, e que se percam no tempo, ou no tempo do vento, ou no tempo da página amarela daquele livro antigo ...
Ah Mariposa ... o tempo ... nossa alegria e nossa desilusão, sempre ...